Iniciando oficialmente a leitura do livro Taking Charge of Your Fertility, vamos começar pela Parte I: Breaking fertile ground: toward a new way of thinking (Desvendando a fertilidade: uma nova forma de pensar em tradução livre), no capítulo I, Fertility Awareness: What You Should Know and Why You Probably Don’t (Percepção da fertilidade: O que você deveria saber e porquê você provavelmente não sabe).
Lembrando que aqui não vai ser uma tradução literal (até porquê não tenho autorização para isso), vai ser mais uma resenha, onde vou explicar o que a autora ensina e inserir alguns outros conhecimentos de outros lugares.
Os posts serão um pouco longos, pois farei um post para cada capítulo, então, quando você for ler, certifique-se de que terá tempo para ler com calma ou deixar a aba aberta no navegador e ir lendo aos poucos, porque vai ter muito textão pela frente rsrs. Você consegue 😉
Então, se joga!
PARTE I
Capítulo I
Percepção da fertilidade: O que você deveria saber e porquê você provavelmente não sabe
Nós aprendemos na escola que o ciclo menstrual feminino tem duração de 28 dias, onde os 4 dias depois e os 4 dias antes da menstruação são inférteis e a ovulação acontece no 14º do ciclo. Essas informações constituem a base da famigerada Tabelinha, conhecida por ser bastante falha. Isso acontece porque ela se baseia em um conhecimento incompleto a cerca do ciclo feminino usando cálculos matemáticos dos ciclo passados para prever os ciclos futuros. Além disso, não é todo mundo que tem ciclo de 28 dias (é considerado normal ciclos que duram entre 21 e 35 dias) então a contagem já não dá certo. Também existem ciclos anovulatórios (onde não acontece ovulação), enfermidades que alteram o ciclo (estresse é um bom exemplo), amamentação, pós-parto, menopausa, entre outras particularidades que variam para cada mulher. Já dá pra perceber a confusão que é, né?
Graças ao avanço das pesquisas na área de reprodução humana, hoje temos uma gama de conhecimento muito mais amplo e confiável sobre o funcionamento dos ciclos femininos e formas mais concretas de saber quando estamos férteis ou inférteis. Os Métodos de Percepção da Fertilidade consistem justamente em observar, anotar e interpretar os sinais corporais (o que exige disciplina, estudo e persistência) para saber em que fase do ciclo a mulher está.
Existem três sinais primários de fertilidade, são eles:
- Muco cervical ou fluido cervical. Fluido natural produzido pelo colo do útero. Ele varia de cor, quantidade e consistência de acordo com a fase do ciclo menstrual, com objetivos diversos também dependendo da fase do ciclo. Por exemplo, após a menstruação, é normal um muco espesso, nesse caso o muco impede a entrada de espermatozóides no útero e uma possível fecundação; já na fase fértil, o muco é transparente e mais líquido, propiciando a sobrevivência dos espermatozóides e facilitando sua busca pelo óvulo. É importante saber diferenciar o muco cervical normal do corrimento vaginal, que é decorrente de doenças e infecções;
- Temperatura Basal. Refere-se a temperatura corporal em estado de repouso, isto é, logo após acordar e antes de se levantar ou fazer qualquer esforço. Essa temperatura é medida com um termômetro basal (com duas casas decimais) para melhor percebermos a mudança na temperatura do corpo, pois é ela quem vai indicar se a ovulação ocorreu ou não; e
- Posição do cérvix. O cérvix, ou colo do útero, fica localizado na parte inferior do útero e é ele quem produz o muco cervical (se ligou de onde vem o nome, né?). Para fins de percepção da fertilidade, analisamos sua posição (alto, médio, baixo), textura (firme, macia) e abertura do colo (pequena, média, grande) pois esses fatores mudam no decorrer do ciclo. No entanto, é um item opcional de observação, podendo-se fazer o acompanhamento perfeitamente com a medição da temperatura e análise do muco.
Assim, os Métodos de Percepção da Fertilidade servem tanto para evitar um gravidez, quanto para engravidar além nos ajudar a entender nosso corpo.
Porquê alguns médicos não recomendam esse método para as pacientes
Bom, dá pra imaginar um monte de razões. Aqui vou escrever sobre o que já presenciei e pelos relatos que já vi de outras meninas.
- Os médicos não conhecem o método, e se conhecem, não confiam. Apesar das várias pesquisas sobre o tema.
- No Brasil, temos pouco material de estudo. Até agora só encontrei informações em blogs e grupos no Facebook.
- Dificuldade em aprender e pôr em prática. Temos que ler bastante e leva alguns ciclos para nos sentirmos confiantes na interpretação dos sinais.
- Médicos fanboys de anticoncepcionais. Há muitos médicos desinformados ou que são extremamente resistentes a métodos contraceptivos não-hormonais. Já vi meninas reclamando de médicos se recusando a colocar DIU de cobre em nulíparas (quem nunca teve filhos) ou que chamaram que perguntava sobre o diafragma, de antiquada. É como se a contracepção se resumisse a pílula.
Imagino que a medida em que a informação for se espalhando, teremos mais e mais adeptas ao Sintotermal (ou outro método natural). Quem sabe não teremos cursos presenciais e online como tem nos EUA? Seria um sonho.
Para quem quiser ficar mais confiante, tem esse estudo da Human Reproduction Magazine que estudou e comprovou a eficácia do Sintotermal e que você confere aqui.
Se você souber inglês, pode acompanhar o blog da Dra. Lara Briden que fala tudo sobre hormônios, contracepção, alimentação e tratamentos naturais. Só clicar aqui.
Existe também um podcast muito bom chamado Fertility Friday e que fala tudo sobre fertilidade, também em inglês.
;)
Fonte:
Weschler, Toni. “Taking Charge of Your Fertility : The Definitive Guide to Natural Birth Control, Pregnancy Achievement, and Reproductive Health (9780062409911).” iBooks.
Comentários
Postar um comentário