Quando a gente inicia a vida sexual, além da fascinação pelas descobertas, vem junto o medo de engravidar. Desde bem novas, somos ensinadas de que a mulher é a responsável pela contracepção e que engravidar ou não, é escolha dela ou descuido. Para fugir disso, corremos para uma solução e na nossa grande falta de informação, vem apenas dois métodos na cabeça: camisinha e pílula.
Na escola não ensinam nada além disso e não costumam falar dos prós e contras, então seguimos achando que é só isso e acabou.
Como muita gente, iniciei com a camisinha, mas com o passar do tempo começamos a achar a camisinha incômoda e fui tomar a pílula por conta própria e na minha cabeça estava tudo resolvido. Ficamos nessa, eu e meu namorado (atual noivo) por uns 5 anos. Quando ele foi para o intercâmbio de um ano e meio fora, decidi que ia parar de tomar a pílula pois não ia precisar dela com ele longe. Acontece que nesse meio tempo descobri a SOP (Síndrome dos Ovários Policísticos) (que é uma doença crônica) e a única opção de tratamento que recebi foi voltar para a pílula. Voltei. Depois que voltei, passei a sofrer horrores - novamente - com enxaqueca (crises que chegaram a durar 2 semanas :O), dormências e formigamentos, mudanças de humor, irritabilidade, baixa libido, entre outras coisas. Aí eu comecei a ligar os pontos e passei a pesquisar sobre o assunto. Assim eu descobri todos os perigos da pílula (inclusive na própria bula estão todos descritos) e fiquei aterrorizada, principalmente vendo que eu apresentava vários deles.
Com isso, soube da existência dos métodos naturais de percepção da fertilidade (nada de tabelinha, tá?) e fiquei maravilhada em começar a descobrir o meu corpo e o funcionamento dele. Saber que todos os sinais estavam ali à minha disposição, só esperando que eu os decifrasse.
Nessa mesma época, conheci o DIU (Dispositivo Intra-Uterino) que é um contraceptivo não-hormonal e de longa duração. Nada de estresse para lembrar de tomar comprimido na mesma hora ou efeitos colaterais nocivos. Parecia perfeito para mim e meu noivo. Fui atrás, pesquisei, falei com médico, comprei o DIU, fiz a inserção e estava tudo lindo, até que que descobri a tal da DIP (Doença Inflamatória Pélvica). Cerca de um mês depois da inserção do DIU, passei a sentir um desconforto no baixo ventre, no lado direito. Achei que fazia parte do processo de adaptação do DIU que dura cerca de 6 meses. Mas o desconforto aumentou, então atribuí a uma infecção urinária que tive e que foi tratada com sucesso. Apesar disso, as dores aumentaram ao ponto de sentir o incômodo quase o dia todo. Morrendo de medo de ser algo com o DIU, decidi averiguar se era a bendita da DIP. Tinha esperanças de não ser pois, desde a inserção do DIU, eu já tinha feito vários exames e tudo dava normal embora os sintomas fossem bem evidentes.
Fui em um médico diferente e falei de tudo, no exame de toque ele constatou as áreas que doíam e pelos sintomas que descrevi disse que era 99% de chance de ser DIP, eu só não tinha tido febre ainda, o que ele disse ser um bom sinal pois quando a febre aparece o quadro está agravado e é necessária internação para tratamento. Ele perguntou se eu não queria tirar o Diu e evitar que se piorasse pois o tratamento exige a remoção do DIU. Removi. Me vi cheia de remédios pra tomar e mais uma pilha de exames pra fazer. O médico já foi logo me empurrando uma nova receita de pílula ao que eu fui bem clara: não volto a tomar pílula. Nem se eu quisesse, quem tem dores de cabeça por conta da pílula já é sinal de que está no grupo de risco. Também descobri que a pílula não trata SOP, que é um distúrbio metabólico e que existem vários tratamentos sem uso de remédios, como alimentação equilibrada e atividade física, sim, só isso! Por isso eu decidi voltar a me dedicar ao Método Sintotermal que venho estudando um pouco desde que parei com a pílula há cerca de um ano.
Quero liberdade para mim e saúde para o meu corpo.
Apesar de toda a dor e sofrimento nessa caminhada até aqui, percebi com isso que nada melhor do que estar em sintonia com o seu corpo e respeitá-lo, ouvir e sentir seus alertas. Decidi conhecer o meu sagrado feminino e deixar as coisas fluirem.
Então, vou compartilhar com vocês a minha leitura do livro Taking Charge of Your Period de Toni Weschler que é um tipo de manual da Percepção da Fertilidade.
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